quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Marcas do tempo


"Alguns barcos abandonados no cais do porto,
marcas estampadas nas velhas embarcações,
lembranças de tempos passados no silêncio morto,
o vento sibilante corta o vazio como uma canção.

Expostos aos ventos do sul e ao calor do norte,
às tempestades de verão e até à morte.
Recordações de viagens maravilhosas,
noites de angústia em tempestades tenebrosas.

Hoje procuro teus comandantes e capitães!
onde estão os marinheiros do teu convés?
perderam-se nas neblinas das manhãs,
ou fugiram como hienas infiéis,
perderam-se nos caminhos e nas miragens,
ou descansam humilde debaixo dos nossos pés?

O homem tem a mesma trajectória das velhas embarcações,
escreve o presente na história e é abandonado pelo tempo."
(Paulo Roberto Avelino de Oliveira)



Abandonado


"Por tanto ter sido deixado pra trás,
aprendeu a dizer adeus
antes de ser abandonado outra vez..."
(Augusto Branco)


(Cais velho - foz do Rio Lima)

domingo, 23 de setembro de 2012

Morcego-de-ferradura-pequeno (Rhinolophus hipposideros)


Uma espécie protegida com o estatuto de "vulnerável".


O morcego-de-ferradura-pequeno (Rhinolophus hipposideros), é um dos morcegos mais pequeno do mundo pesando entre 5 a 9 gramas. É facilmente distinguido de outras espécies devido à boca e nariz em forma de ferradura de cavalo. Possui uma envergadura de asas entre 19,2 cm e os 25,4 cm e o comprimento do corpo entre os 3,5 cm e os 4,5 cm. As patas são fortes e usa-as para se agarrar a rochas ou tronco. Consegue ver muito bem apesar de possuir uns olhos pequenos. Como a maioria dos morcegos, vivem em colonias e caçam as suas presas usando a ecolocalização, emitindo ultrassons através de almofadas redondas especializadas na região da boca.
Quando caçam são rápidos e ágeis, voando usualmente a 5 metros do solo enquanto evitam os ramos e os arbustos. Alimentam-se principalmente de pequenos insetos, sendo a maioria colhidos de pedras e troncos. De entre os seus alimentos, os favoritos são as moscas, traças e aranhas.
O acasalamento ocorre no Outono e as fêmeas dão à luz uma cria por ano, normalmente entre Junho e Julho. As crias pesam cerca de 1,8 gramas e abrem os olhos 10 dias depois de nasceram, tornando-se independentes às 6-7 semanas de idade. Hibernam durante o inverno em grutas escuras, minas, edifícios abandonados e por vezes em celeiros.
Nota: O programa das Nações Unidas para o ambiente (UNEP) e o Acordo sobre a Conservação dos Morcegos Europeus (EUROBATS) declararam este ano, como o Ano do Morcego.




Algures pela Serra d'Arga - Setembro de 2012